O software que roda em quase todos os  roteadores, switches e Access-points Cisco é o IOS (de Internetwork Operating System) e a primeira versão foi escrita por William Yeager.

No fim de 2005 a Cisco mudou a forma como é identificado o IOS, ficando mais fácil reconhecer as funcionalidades que o software possui. Abaixo mostraremos como interpretar a nomenclatura do IOS (para roteadores).

O nome do IOS pode ser dividido em 3 partes, como ilustrado.

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A primeira parte do nome de um IOS (c1700) indica a plataforma na qual ele deve ser utilizado. Neste caso na família 1700.

Depois da plataforma vem a indicação do package (2° parte do nome), que é o grupo de funcionalidades que este IOS irá suportar. No exemplo acima temos o software Advanced Security. Veja abaixo a descrição macro de cada package.

IP Base: É o software com menos opções, que inclui apenas as funções básicas para o tratamento de dados. Inclui tecnologias como DSL, suporte a switching, 802.1q e trunk nas interfaces ethernet.

IP Voice: Adiciona funcionalidades de voz ao software IP Base. Este software permite a utilização de interfaces e módulos de voz, e oferece suporte aos protocolos de sinalização para voz (H.323 e MGCP por exemplo). Também permite a configuração do Call Manager Express e Survivable Remote Site Telephony. Suporta todas as funções do IP Base.

Enterprise Base: Adiciona suporte a outros protocolos, além do IP. Ele suporta Appletalk, Novell e IPX e todas as opções do software IP Base.

Advanced Security: Este IOS, além das funções do IP Base, também suporta funcionalidades de firewall e VPN. São suportadas features de IDS, Easy VPN Client e Server e vem com todas as opções de criptografia (3DES e AES incluídos).

SP Services: Basicamente combina as características dos softwares IP Voice e Enterprise Base. Além disso tem suporte a funções avançadas para BGP e MPLS.

Advanced IP Services: É a combinação com suporte a dados, voz e segurança, suportando todas as opções dos softwares SP Services e Advanced Security. Também adiciona suporte a IPv6.

Enterprise Services: Combina o suporte a IPX, Appletalk, DECnet e IBM services com voz e/ou ATM. Suporta todas as funcionalidades dos software SP Services e Enterprise Base.

Advanced Enterprise Services: É o top dos IOS. Tem todas as funcionalidades possíveis (suporte a IPX, Appletalk, IPv6, BGP, MPLS, voz e toda a parte de segurança).

Outros exemplos de nomenclaturas:

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Observações: No quadro acima o xxxx identifica a plataforma (por exemplo, c2800-ipbase-mz).

Completando a segunda parte da nomenclatura podemos ter ou não o K9, no nome da imagem, que indica o suporte a criptografia 3DES e/ou AES. Já o mz indica que o IOS rodará a partir da memória RAM e está comprimido.

A 3° parte no nome de uma imagem refere-se a versão do software, e é dividida da seguinte forma:

12.3-26 — Neste caso o 12.3 indica a versão do IOS (main version), onde o “12” é chamado major version e o “3” é a minor version. O “26” indica a release que o software 12.3 se encontra.

Além desta opção (sem letras) podemos ter o acréscimo de uma ou duas letras na terceira parte do nome do IOS, depois do número que indica a release. Essas letras representam a Train do IOS (que tenta indicar o mercado para aquele IOS).Exemplos de Train:

T: Indica novas funcionalidades e correções de bugs e problemas de segurança. O software com a letra T deve ser considerado o menos instável.

S: Normalmente indica o software destinado a service provider.

E: Indica o IOS para ambientes Enterprise.

B: Indicador para software destinado a broadband (banda larga).

X (XA, XB,…): Indicam funcionalidades especiais, que são documentadas caso a caso.

Se o software não tiver nenhuma letra indicando a Train, significa que o software está na versão mais estável.